jueves, 27 de julio de 2023

Guarida de los poetas Fernando Pessoa, del Cancionero. / Pessoa musical: Noite

 


Soy un evadido.

Luego que nací 

en mí me encerraron 

pero yo me fui. 


La gente se cansa

Del mismo lugar.

¿De estar en mí mismo 

No me he de cansar? 


Mi alma me busca

Por montes y valles.

Ojalá que nunca

Mi alma me halle 


Ser uno es cadena.

No ser es ser yo.

Huyéndome vivo 

Y así vivo estoy.


Fernando Pessoa, de su Cancionero.

Un poeta, sin duda, de otra galaxia o de todas las galaxias...

La versión es de Octavio Paz tomada de su libro Versiones y diversiones, publicado por Editorial Joaquín Mortiz, primera edición, enero de 1974, México. Cayó en mis manos muy tempranamente, gracias al desprendimiento de un querido hermano, Simón Zamora Pérez, quien la había comprado en una de sus itinerancias de viajero incansable.




GLÓRIA DE LOUEDES

NOITE, FERNANDO PESSOA


A Nau de um deles tinha se perdido

No mar indefinido.

O segundo pediu licença ao Rei

De, na fé e na lei

Da descoberta, ir em procura

Do irmão no mar sem fim e a nevoa escura.


Tempo foi.

Nem primeiro nem segundo

Volveu do fim profundo

Do mar ignoto à pátria por quem dera

O enigma que fizera.

Então terceiro a El-Rei rogou

Licença de os buscar , e El-Rei negou.


Como a um cativo, o ouvem a passar

Os servos do solar.

E, quando o vêem, vêem a figura

Da febre e da amargura,

Com fixos olhos rasos de ânsia

Fitando a proibida azul distancia.


Senhor, os dois irmãos do nosso Nome

O Poder e o Renome --

Ambos se foram pelo mar da edade

À tua eternidade:

E com eles de nós se foi

O que faz a alma poder ser de heroe,

Queremos ir busca-los, d'esta vil

Nossa prisão servil:

É a busca de quem somos na distancia

De nós; e, em febre de ânsia,

A Deus as mãos alçamos.


Mas Deus não dá licença que partamos.





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